Michael Crichton (23/10/1942 - 04/11/2008: 66 anos)
Nome real: John Michael Crichton
Outros pseudônimos: John Lange, Jeffery Hudson, Michael Douglas
Gênero: ação, suspense, aventura, policial, ficção científica
Obras mais conhecidas: - Literatura: O Parque dos Dinossauros (Jurassic Park), Esfera, Sol Nascente, Enigma de Andrômeda
- Televisão: série Plantão Médico (ER no original em inglês)
- Cinema: Twister (roteiro e produção), Jurassic Park (roteiro), Sol Nascente (roteiro), Assédio Sexual (produção), Esfera (produção), 13º Guerreiro (produção), Runaway - Fora de controle (direção e roteiro)
Michael Crichton foi um escritor estadunidense de muito sucesso, dotado com vários outros talentos além da literatura de ficção. Médico de formação (por Harvard), dirigiu, roteirizou e produziu vários filmes, publicou livros sobre medicina e viagens, criou programas de TV, como a série
Plantão Médico, baseado em parte em suas vivências como médico, além de publicar artigos sobre a interação da sociedade com a tecnologia, arriscando-se a previsões. Em 1993, por exemplo, previu que a mídia da palavra impressa, como jornais e revistas, sofreriam um rápido declínio com a popularização da informática e seria obrigada a se reinventar.
Foi tão talentoso que, em 1994, conseguiu a proeza, até hoje imbatível, de estar no topo de 3 mídias diferentes ao mesmo tempo: maior audiência televisiva com
Plantão Médico; maior bilheteria de cinema com
Jurassic Park; livro mais vendido com
Revelação, que posteriormente daria origem ao filme
Assédio Sexual, estrelando Michael Douglas e Demi Moore.
Sua marca pessoal é fornecer informações culturais ou científicas em seus livros, entremeadas ao enredo.
Sol Nascente, por exemplo, traz muita informação sobre a cultura japonesa moderna e seu relacionamento com o ocidente.
Linha do Tempo fornece bastante material sobre a mecânica quântica.
Armadilha Aérea narra o andamento de uma investigação de acidente aéreo, como são os procedimentos, quais os interesses em jogo e os detalhes técnicos que são levados em conta para se analisar o ocorrido.
Só é necessário prestar um pouco de atenção porque ele gostava muito de empregar uma técnica que envolve misturar fato real com ficção, tal como hoje faz o autor James Rollins, para que as histórias pareçam ter mais verissimilitude. Seja um exagero aqui ou ali, uma teoria muito ousada que é apresentada como aceita e inconteste, costuma sempre ter uma licença artística, por assim dizer, na ciência utilizada no enredo. Porém, isso, no mínimo, fornece material intelectual suficiente para despertar a atenção do leitor para o tema e lhe passar uma base para uma compreensão mínima do assunto.
Outra característica sua era colocar a tecnologia, uma de suas paixões, no centro de quase todos os seus livros, sobretudo na forma com a qual as pessoas interagem com ela. Ele gostava muito de apontar como o conhecimento tecnológico é fundamental à sociedade moderna e, ao mesmo tempo, chamar a atenção para a responsabilidade e maturidade necessárias para lidar com o avanço científico.
Tão interessado era em tecnologia que, em 1983, escreveu um livro técnico sobre programação (BASIC) para leigos, escrito em forma de glossário, que ajudou a formar o jargão básico da computação atual. Além disso, roteirizou e dirigiu o primeiro filme a usar computação gráfica,
Westworld, em 1973. Mais tarde, ainda ganhou o Oscar de Technical Achievement Award, pelo pioneirismo e por suas contribuições técnicas no uso de computação gráfica na produção de filmes.
Fora todos esses elementos, seu estilo de escrita prende a atenção do leitor, que vai lendo vorazmente as páginas, arrebatado pelo suspense que permeia suas tramas. Recomendo sem medo de errar a leitura dos seguintes livros dele, em nenhuma ordem especial:
Linha do Tempo,
Sol Nascente,
Enigma de Andrômeda e
Esfera.
Infelizmente, o autor faleceu em decorrência de câncer, aos 66 anos.
Para finalizar, preciso admitir que
Runaway - Fora de Controle, que citei no início como uma das obras conhecidas, não é tão marcante assim em sua carreira, mas é um filme que passou muitas vezes na década de 80 na rede Globo e talvez esteja presente carinhosamente na lembrança dos balzaquianos de hoje em dia. Era estrelado por Tom Selleck, o eterno Magnum, no papel principal, em oposição ao vilão, interpretado por Gene Simmons, um dos fundadores do KISS.